Na interseção entre o sistema judiciário e a prática clínica, os pedidos de produção de documentos psicológicos emergem como uma demanda recorrente e desafiadora. A Psicologia Jurídica ocupa um papel essencial nesse contexto, fornecendo subsídios técnicos que auxiliam na tomada de decisões judiciais. No entanto, é importante refletir sobre as implicações e os cuidados necessários na elaboração desses documentos.
Os documentos psicológicos solicitados pelos tribunais geralmente incluem relatórios, laudos e pareceres que visam esclarecer aspectos emocionais e comportamentais dos envolvidos em processos judiciais. Em outras situações, são utilizados como fonte de “evidências” sobre a relação entre a pessoa atendida e seus pais ou seu ex-cônjuge. A produção desses documentos requer uma abordagem ética e rigorosa, que considere a complexidade e a singularidade de cada caso. Além disso, requer que os acordos de sigilo e confidencialidade sejam revistos e ajustados.
Um aspecto que deve se registrado no documento é que o atendimento psicológico não visa a produção de “provas” para processos judiciais – esse não é o papel das intervenções psicológicas na clínica.